terça-feira, junho 28, 2005

Punk no CCBB

O Centro Cultural Banco do Brasil montou uma mostra sobre os 30 anos do punk. A primeira vista, pode parecer uma captura do movimento pelo sistema. Um banco oficial bancando uma mostra sobre o punk? Será que é o que o Clash cantava em White Man in Hammersmith Palais: "you think it's funny, turning rebelion into money"? Mas é muito válido, pois que movimento é esse que tem 30 anos e ainda interessa a todos. Depois de três décadas, não é mais movimento, é espressão cultural. Nada mais apropriado filtrar e distribuir as informações a respeito por meio de um centro cultural.

Se vocês só puderem assistir a um filme, assistam Rude Boy, do Clash. Não é um documentário, não é um musical (graças a Deus!). Trata-se da história de um menino que mora num bairro operário pobre na Inglaterra. Assistindo a esse filme que o Philippe e eu escrevemos as letras de Mentiras Por Enquanto. Muito bom, e, de quebra, tem cenas com o Clash - que escreveram a história.

Muito recomendado também assistir aos Dead Kennedys, Siouxsie & the Banhsees e the Jam, para reconhecer que o punk, no seu início, tinha várias caras, vários tons. Depois é que virou uma sonoridade só, infelizmente.

Não poderia deixar de mencionar o filme O Começo do Fim do Mundo, sobre o punk paulista. Sensacional terem incluído esse filme na mostra! Parabéns pela equipe que conseguiu recuperar essa gema. Esse festival, mesmo a distância, influenciou muito a galera de Brasília.

Já o Sid & Nancy mostra uma visão errada do que foi esse panaca, garoto mimado metido a punk. Não expõe, por exemplo, que ele não tocava nada, que o resto da banda preferia estar longe dele e que ele tentava a todo custo imitar o Dee Dee Ramone. Retrata o Johnny Lydon de forma imbecil, nada tendo a ver com o genial Rotten. O Lixo e a Fúria já é bem melhor.

Deleitem-se.

12 comentários:

Anônimo disse...

André,
Quando li sobre essa mostra na Folha fiquei feliz ao ver o nome da “brasiliense Plebe Rude” como representante do punk em plagas brasileiras. “Mentiras por enquanto” é uma das minhas letras preferidas. Além disso, a forma como surgiu o título da música é sensacional, você poderia explicar de novo aqui no seu blog pra quem não leu naquele antigo site oficial da banda. Quem colocou o bobo-alegre Sid nos Piltols foi o Jonnhy Rotten, e ele reconhece o erro que foi essa escolha, dizendo que o pseudo-baixista achava que tinha de ter um papel como rock-star. Acho que a saída de Glen Matlock foi o começo do fim dos Pistols. Parecido com o Jander, a saída dele foi o começo do fim da Plebe. Em matéria de filmes, bem que a mostra poderia incluir na sua passagem por Brasília o curta “Ascensão e queda de 4 rudes plebeus”, sobre uma certa banda brasiliense.

André Mueller disse...

Sem dúvida, deveria incluir o nosso filme, que, por incrível que pareca, foi "dirigido" pelo Gutje! Ficou muito bom. Talvez dê para incluir num DVD futuro.
Sim, de acordo com a lenda, o Johnny Rotten se arrependeu imediatamente após da entrada do Sid. Ele queria alguém que estivesse do seu lado contra o Malcom McLaren, mas o Sid serviu de instrumento deste último para caricaturizar o punk.

Igor disse...

Bom pra que quem quiser ver o site antigo da Plebe rude é só ir aqui: http://web.archive.org/collections/web.html

E digitar www.pleberude.com

Foi por meio desse site que conheci mais sobre a banda, "Mentiras por enquanto" e uma das das minhas músicas preferidas.

Flw.

Anônimo disse...

Mais um motivo pra todos nós gostarmos do Gutje. Valeu Gutje!, nosso Tooper Headon.

André Mueller disse...

Incrível a imagem que as pessoas fazem de quem não conhecem. Essa história da direção do filme ainda tem que ser contada e o porquê do Gutje ser o diretor também. Resumindo, quem escreveu o roteiro, bolou o filme, etc. não foi ele......

Anônimo disse...

Bom, André, sempre foi divulgado por vocês que o diretor era o Gutje. Mesmo que ele tenha "dirigido" entre aspas. De qualquer, se essa informação não for a verdadeira, talvez se explique como uma piada interna da banda.

André Mueller disse...

Bingo!

Anônimo disse...

André,
Essa mostra sobre o punk corre risco de vir à Brasília??????

Daniel - Plebe na pele

Anônimo disse...

Esperando a ajuda de Deus e ela veio. Tem uma notinha de uma coluna social na Folha de hoje, 30.06, dizendo que a mostra no CCBB vai exibir o "Ascensão e Queda de 4 rudes plebeus". Fala ainda que é uma das poucas incursões de Renato Russo como ator, diz que o filme é uma crítica ao mercado fonográfico e que foi DIRIGIDO pelo ex-baterista Gutje Woortman. Piada interna é piada interna. Viva a Plebe!

Anônimo disse...

E o melhor de tudo: 12 a 20 de julho no CCBB Brasília.

Anônimo disse...

fala, divino!
o rude boy é mesmo fora-de-série. havia visto qdo moleque, mas nem tinha informação suficiente pra poder digerir a parada. rever agora há pouco tempo foi muito maneiro. me deu até vontade de caçar alguma bio decente do clash (existe?). outro lance: no dia em que expuseram o curta de vcs no rio, uns caras lá queriam espancar o gutje. ele teve que sair do prédio vestido de mulher! ahahahah
abs

André Mueller disse...

sério?!?! que sacangem com o Gutje! não guardo nenhuma mágoa dele e sou totalmente contra a violência gratuíta. caramba! me dê mais detalhes via e-mail. valeu!