sexta-feira, abril 29, 2005

Plebe com a Mão na Massa!

Vamos enfiar a mão no cimento! O concreto vai rachar! Não é a calçada da fama de Hollywood, mas o similiar aqui em candangolândia-brasília. Trata-se de uma calçada no shopping Pier 21, onde as celebridades deixam sua marca. É bom o reconhecimento, pensei que eles iam ficar nas Elbas Ramalhos da vida, he he he. Será sábado, dia 30, às 18 horas. Philippe e este que vos escreve. Como cantam os Cockney Rejects: "I wanna be a star: S -T - A - R!" (piada, não me crucifiquem!)

quarta-feira, abril 27, 2005

Consideraçoes sobre os Juros

Assim como o tomate foi o vilão da inflação no governo Sarney, os juros Selic, determinados pelo Banco Central, são os malvados do cenário econômico do governo Lula. Tanto que o presidente chamou a classe media de frouxa por não procurar bancos que ofereçam juros mais baixos. Quem já leu 1984, de George Orwell, sabe que um vilão, falso ou não, é sempre necessário para desviar a atenção do povo dos problemas mais graves. Algumas considerações sobre os juros:
- conforme Celso Ming brilhantemente expôs em sua coluna, os juros do cartão de credito estão em 218% ao ano; do cheque especial em 159%, do empréstimo pessoal em 93%; e de compras parceladas em 103%. Compare isso com a Selic, que esta em 19,5%.
- de onde os bancos tiram esses números exorbitantes? Eles simplesmente cobram o que conseguem passar para o consumidor de credito. Assim como você gosta de trabalhar pelo melhor salário e o padeiro da esquina vende seu pão pelo melhor preço que permite que esvazie o seu estoque diário, os bancos também querem o melhor para eles.
- e conseguem por que o governo remunera muito muito (e põe muito nisso) a aplicação em títulos. Para que abaixar os juros e buscar um mercado ávido por credito acessível, quando se pode comprar títulos públicos e ganhar uma nota? E a lei do menor esforço. Lula e Alencar não entenderam ainda.

Jose Alencar, empresário e vice-presidente, quer que o Copom tenha membros do empresariado. Lembram quando era assim? Durante o governo Sarney, o CMN tinha ate o Abílio Diniz, do Pão de Açúcar. Lembram como era a inflação? 80% ao mês! Eles, os empresários, tinham como se defender, aplicavam no over-night. Os pobres, não.

Inflação também se combate cortando os gastos, gastando menos o dinheiro público. Não estamos vendo Lula nem Alencar tocar nesse ponto. Preferem desviar a atenção para os juros. Inflação também se combate com um sistema simples e justo de impostos. Também não vemos o governo tocar nesse ponto.

Tudo isso para dizer: não caiam nessa armadilha! Tudo bem que o Banco Central poderia ser mais imaginativo no combate a inflação, mas essa é necessária. Quando a Plebe gravou o Concreto, recebíamos da gravadora a cada trimestre, 45 dias depois do fechamento - sem correção. Eram centavos por milhares de discos vendidos. A inflação corroia tudo. Assim como o ganha-pão dos assalariados. Hoje, não esta perfeito, mas esta melhor. Vamos para frente, não para trás.

Alencar e Lula, obviamente, nunca jogaram Banco Imobiliário. Pois, se sim, dariam muito mais valor as suas palavras levianas.

O Kassler Perfeito

Qual a cozinha mais difícil de se fazer? Muitos de vocês provavelmente responderão francesa ou japonesa. Estão errados, amigos. O prato mais difícil, complicado de se preparar é uma boa bisteca de porco defumada com chucrute e batatas assadas. Muito mais que sushi, que para se fazer basta ser bom com facas. Palavra de Mueller, um bom Kassler é raro, e quando encontrarem um, por favor, o tratem a reverência que ele merece.

Como reconhecer um? As bistecas (geralmente vem duas) são cor-de-rosa, exibindo orgulhosamente a marca preta da grelha em ambos os lados. Não aceitem marcas diversas, essas têm que ser firmes e únicas. É como a diferença entre o tapinha da amor e a agressão, uma causa prazer à carne, a outra, destruição. O chucrute tem que ter sido lavado, retemperado e refogado. Mas a cebola não pode estar detectável visualmente. É obrigatório a presença de pelo menos uma semente de zimbro (tempero, que destilado, da o steinheger) e cubinhos minúsculos de maça. Se o cozinheiro simplesmente tirou da lata o chucrute, esquentou-o e jogou no prato, esqueça! Vá para um Mc Donalds que a refeição será mais prazerosa. As batatas têm que estar firmes e se comportarem como atores coadjuvantes, mas com uma performance capaz de ganhar o Oscar. Se forem maioria no prato, você esta sendo enganado, meu amigo.

Tudo certinho, vamos comer? Sim, mas observem os rituais, que são mais sagrados do que um haraquiri. Numa mesma garfada, tem que ter uma quantidade suficiente de cada elemento para que terminem simultaneamente. Se você chegou ao fim do chucrute e do porco e ainda tiver batata no seu prato, você errou! Tá errado. É um leigo! Devia ter pedido um hambúrguer.

Comece assim: peça um chope claro e um steinheger. Este, tem que durar até o fim da refeição. A ultima coisa que descer pela sua garganta será o derradeiro gole do steinheger. Quando o prato chegar, você deverá estar no fim do chope. Agora peça um escuro. Note que o garçom reparará que o seu steinheger esta pela metade e também quanto ao seu pedido. Saberá que você e um profissional, te servira o chope escuro com o devido respeito de estar na presença de um profissional. Lembre-se que as garfadas contêm um pouco de cada elemento. Aprecie, ria, divirta-se. E termine com aquele ultimo gole. O ritual é sagrado, os deuses da culinária alemã agradecem.

Um ultimo toque: raiz-forte e mostarda não só são permitidas, como incentivadas. Ketchup é um sacrilégio - a pena de morte e pouco.