quarta-feira, abril 12, 2006

Sub do Txotxa



Em junho, o Txotxa revindicou merecidas férias à Paris. Tudo bem, falamos, mas se pintar algum show, teremos que ter um sub. Certo, Txotxa, achei o cara que vai ficar no seu lugar durante sua curtição no velho mundo. Saca só a habilidade, dextreza e ritmo do sujeito. Aprova?

Conheça o Brasil pela Varig.

Sabe aquela padaria perto de sua casa, que fornece pão para o bairro? Bem, imaginem o seguinte: o padeiro, dono do estabelecimento, não tem um controle muito rígido do fluxo de dinheiro. Mistura os recursos para pagar fornecedores junto com os que são para salários; não obedece a uma agenda de pagamentos; não prevê contingências para dias ruins, digamos, para quando a farinha estragar e não houver possibilidade de nova compra. Além disso, de fez em quando, mete a mão na caixa, pegando umas notas para pagar suas contas particulares. Um dia, a padaria vai à falência. O padeiro, desesperado, vai ao governo que, com dinheiro do contribuinte, estabelece um plano de socorro á padaria.

A situação da Varig é a mesma coisa, só que a dívida é um pouco maior: 7 bilhões de reais. Um dinheirão e tanto que nós, contribuintes, vamos pagar para salvar alguns empregos e uma diretoria incompetente, se o governo federal cair na cilada sendo armada pelas centrais sindicais e altos dirigentes da empresa aérea. Ouvi no rádio que dizem que o dinheiro público não será usado para esse fim. Mas e o perdão de dívidas? No Brasil, isso é muito comum. O cara fica anos sem pagar seus impostos e taxas e ainda ganha um perdão do governo se ele se “legalizar”. Assim como querem fazer com os madeireiros no Mato Grosso.

É muito incentivo para não ser honesto no Brasil. Aliais, quem anda na linha é um trouxa, pois todo o esquema está armado para burlar a lei, para ser mais esperto que os outros, para apunhalar nas costas. Vide a absolvição do João Paulo Cunha, mentiroso confesso. Mas tem uma luz no final do túnel: a Procuradoria Federal indiciou a turma do mensalão, indicando o Dirceu como chefe da quadrilha. Será que eles vão dar o exemplo que todos esperamos? Ou essa luz é um trem vindo na nossa direção?

segunda-feira, abril 10, 2006

Cadê os Ecoterroristas Brasileiros?

Hoje, ouvindo a CBN, mais especificamente o boletim Ecopolítica, do Sérgio Abranches, fiquei chocado com a notícia transmitida. Considerando a atual crise de governabilidade, da falta de ética, do péssimo exemplo vindo dos nossos representantes, não deveria ficar surpreso, mas fiquei.

No Mato Grosso, a Secretaria de Meio Ambiente resolveu legalizar as madeireiras ilegais. Só isso já é um absurdo, pois legalizadas, poderiam transportar e comercializar toda a madeira retirada ilegalmente. O gancho é o seguinte: elas se legalizam e ainda tem um desconto de 70% das multas. É mole, ou quer mais? Daí, ficam com todo o estoque, resultado do desmatemaento. Só que nenhuma se apresentou. Detalhe, o poder público sabe exatamente quem são, onde estão, o endereço, dono e telefone. Então o que fazem? Dão mais 60 dias de prazo para se cadastrarem.

Juram que, se nenhuma se legalizar eles vão cair em cima, marcar pesado. Isso é papo para boi dormir. Esse pessoal não tem medo nenhum do Estado. Inclusive, acho eu, eles são o Estado, estão infiltrados em todos os níveis de governo, das câmaras de vereadores à polícia. O mais impressionante é que os fiscais deram uma declaração dizendo que o movimento continua, que grandes carretas ainda continuam transportando a madeira ilegal.

Pô, se os caras são fiscais e estão vendo o movimento, então porque não param a coisa? Porque não multam, prendem? Não há interesse nisso, claro. É tudo uma encenação. Enquanto isso, ninguém vai se regularizar, o governo vai continuar aumentado o prazo e aos poucos nossas florestas vão virar um deserto, a água vai acabar, a natureza vai morrer.

Acho que está na hora da sociedade civil entrar na roda. Lá na Califórnia, tem um grupo de ecoterroristas que são organizados como a Al Qaeda, em células. Você pode desmontar uma, que as outras continuam. Ninguém sabe quem é ou não do movimento. Muitos agem sozinhos. Eles fazem coisas do tipo: queimar condomínios privados que invadem florestas; sabotam as serras de madeireiras; destroem carros que consomem muita gasolina nos pátios das revendedoras. Tem até um advogado que é o porta-voz do grupo.

Pagamos nossos impostos, mas somos obrigados a pagar planos de saúde, educação privada e segurança contratada. Já que temos que fazer todo o papel do Estado, vamos começar a cuidar de nossas matas. Não deve ser difícil sabotar umas carretas, hackear contas das madeireiras, jogar ovos nos lobistas que as defendem. Mãos à obra!