sexta-feira, junho 09, 2006

Viva a Seleglobo!


Subindo no elevador, meu vizinho pergunta: “E aí, vai torcer para a Seleção da Rede Globo?” Não entendi nada. A ficha só caiu vendo o Jornal Nacional. Não é estranho que a Seleção representa o país, mas só a Globo tem acesso aos jogadores, ao técnico, aos treinos? E aquele bonequinho da Vivo no uniforme? Muito esquisito. Parece que a realidade Blade Runner, onde as corporações tudo controlam, está chegando.

Voltando à Seleção, vocês provavelmente viram Lula, o Candidato, numa seção de perguntas e respostas com os jogadores. Sabiam que a condição era: somente o Presidente pergunta, os jogadores só respondem. Indagações ao Lula eram proibidas. E tem gente que acha que a música Censura está ultrapassada!!!

Já o Ronaldinho, que não foi fazer campanha pró-Lula nas seção de perguntas e respostas armada pela Globo, deu um golaço com a resposta ao Presidente que perguntou ao Parreira se o Fenômeno estava gordo. Ele, irritado falou: “Se você acredita o que lê na imprensa, acredita que eu estou gordo, então eu também acredito e acho que você é um bebum, cachaceiro!” Muito boa!

Eu queria ver um Kaká marcar um gol e comemorar levantando a camisa do uniforme para revelar outra camisa escrita: Seja Alguém, Vote em Ninguém!

quinta-feira, junho 08, 2006

Seja Alguém.....


No último BMF (Brasília Music Festival), quando fui apresentar Voto em Branco, falei de um político brasiliense que, quando foi senador pelo DF, acabou mentindo, jurando uma inverdade, depois chorou, pediu desculpas e, covardemente, renunciou ao cargo. Não foi o único que mencionei na tentativa de alertar sobre como os candidatos se mostram e como na verdade são. Mas esse sujeito, em particular, ficou ofendido, pegou o telefone do Philippe e ficou enchendo o saco. Quis nos processar, mas sacou que somente falamos a verdade. Estamos num ano de eleições. E de copa! Quando saio para o trabalho de manhã, fico assustado com o número de bandeiras, da cidade pintada de verde e amarelo. Lembro que não estamos na ditadura, que aquilo não é uma ação “moral e cívica” dos militares e me acalmo um pouco. Só para ficar novamente apavorado quando constato que tem mais adesivos nas janelas dos carros desse político do que bandeiras pró-seleção. Não preciso explicar o desenho do Angeli, acima. Muito apropriado.

terça-feira, junho 06, 2006

Invadiram o Congresso Nacional!

Estou rolando de rir, enxugando as lágrimas que jorram para fora desses olhos felizes. O plenário da Câmera dos Deputados está lotada numa terça-feira, coisa inédita. Mas não pensem que é por vontade de trabalhar de nossos representantes. É que estão com medo, acuados, cagando nas calças. O MST invadiu o Congresso Nacional e está realizando o sonho de milhares de brasileiros: dar porrada nos deputados!

Liguem na TV Câmara, é hilário ver os cagalhões medrosos justificando a força policial, querendo que a imprensa não dê foco nos invasores. Olha, nunca fui simpático ao MST, mas dessa vez estou aplaudindo em pé.

Quando do Giraffest, o Philippe disse que o sonho dele era ver as milhares de pessoas que estavam para o show, um dia, na frente do Congresso Nacional protestando. Acho que deveríamos todos ir para lá, dar força aos sem-tera invasores.

Sensacional, não há outra palavra

Pensamento do Dia

Suzane von Richthofen consultando o advogado:

- Eu tenho alguma chance de ser absolvida?

- Só se for julgada pelo Congresso Nacional !!!

Homenagem ao Nettinho.


Não conhecia pessoalmente o guitarrista dos Detonautas. Uma vez esbarramos com eles no backstage da gravação da homenagem ao Renato Russo. Me chamou a atenção a alegria da banda de estar lá prestando as devidas honras. O baixista até me deu uma palheta personalizada que usei no show do Girrafest (é muito boa!). Segunda, quando li a notícia de sua morte, assassinado numa tentativa de assalto, uma tristeza muito grande se apoderou de mim. Imediatamente a letra da Legião soa na minha cabeça: “porque que os jovens sempre sofrem” (ou algo nessa linha, não me lembro bem da letra, mas sim do tom de tristeza e do significado). Quantos morrem assim, que não são celebridades e, por isso mesmo, ficam no anonimato? Voltando ao caso específico do Nettinho, o cara estava fazendo o que gostava, não incomodava ninguém – vítima de um incidente estúpido.

Poderia falar sobre como a bolsa-família, principal arma eleitoreira do PT, estimula as pessoas a não fazerem nada. Como o assistencialismo, do qual o Brasil é vítima durante décadas, é apontado como o maior causador do abismo social. Poderia apontar dedos e escolher culpados diretos e indiretos, mas não vou fazer nada disso. Essa é uma homenagem a uma pessoa que não conhecia, mas poderia conhecer. A alguém que vivia de música, que trazia um pouco de alegria àqueles que gostavam de seu som. Repouse em paz. Amém.

segunda-feira, junho 05, 2006

Sexta Doom no Porão





Porão do Rock - sexta-feira – 2 de junho de 2006. Noite dos camisas pretas, e não me refiro ao movimento pró-Mussolini na Itália, antes da segunda guerra mundial. São os fãs do metaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaal!, que comparecem em hordas para prestigiar Lobotomia, Totem, Paul Di’ Anno, entre outros. Não sei o que o Cólera estava fazendo no meio, destoando, no bom sentido, de tudo isso. Aliais, lágrimas foram contidas vendo o Cólera. Quando do lançamento do Nunca Fomos, éramos unha e carne. Sempre em São Paulo, a Plebe vivia com os caras. O reencontro foi emocionante. E sábado foi aniversário do Pi R, parabéns!! Vejam as fotos.

O nosso set de dj foi muito divertido. O Balé entrou com um peso de bigorna, manobrou para um tecno e aterrisou no velho e bom Devo. Bacana.

Para marcar o começo dos trabalhos, comecei com Highway to Hell, tocado pela banda country Hayseed Dixie, com direito a solo de banjo e tudo. Os metaleiros até que levam jeito para o country, deveriam frequentar mais feiras de agropecuária, he he he. Depois, um mash de Nirvana Teen Spirit com Billei Jean do Michael Jackson. Tinha uns que não sabiam se dançavam, me xingavam ou se divertiam. Em seguida, Vines misturado com Pink, com a mesma reação da platéia. Daí, foram três versões reprogramadas de grandes hits, com a batida comendo solta: Whole Lotta Love, Eye of the Tiger e Pink Floyd. Legal que quando o groove começa a aparecer, as garotas voltam à pista, que até então só tinha garotão. Daí foram, Robot Rock, do Daft Punk, um mash de Satisfaction com Fatboy Slim e, para terminar, Vou Criar Galinha, do Agildo Ribeiro, com solo de galinhas fazendo boc-boc-boc.

Queria tocar mais, mas o Igor chegou e foi tomando conta dos decks (deram uma hora para cada um). Gostei da reação do público, tirando uns radicais, como da foto acima, acho que todos conseguiram se divertir. Não é o que costumo tocar, mas achei legal trazer um pouco de bom humor à noite negra do porão.