sexta-feira, junho 30, 2006

Plebe marcando presença na história de Brasília.

Meu avô materno, Brasil Pinheiro Machado, um político experiente da velha guarda, sempre falava que seu maior medo era ter uma rua ou praça batizada com seu nome, pois isso significaria que já estaria velho demais para a política. Seria uma espécie de aposentadoria forçada. Lembrei-me disso, hoje, quando vi a foto da Plebe na revista que veio encartada no Correio Braziliense de hoje, sexta-feira, 30 de junho. Conta um pouco da história de Brasília e éis que encontro um trio sorridente: Philippe Seabra, Gutje e eu. Bacana a homenagem, tenho certeza que, nesse caso, significa uma volta às atividade e não uma sumida de cena.

Essa foto foi tirada dias antes da volta, em 2000, para o Porão do Rock, que resultou na decisão de gravar o CD ao vivo. Nessa ocasião, ainda não sabíamos se o Jander iria participar ou não, por isso ele não está na foto (deveria estar!). Ele chegou horas antes do show, para grande alívio nosso.

terça-feira, junho 27, 2006

Nova Era Tecno

Você pagaria por uma refeição “tudo que puder comer por X reais”, quando a única coisa que você quer é um cafezinho? Essa é a sensação que tenho cada vez que me oferecem para comprar música pela internet. Me refiro às várias lojas virtuais, capitaneadas pela iTunes, da Macintosh. Pagar um dólar por uma música, quando a versão grátis está a algumas tecladas de distância me parece um pouco absurdo. Calcule, um disco inteiro sairia, digamos 12 músicas, por doze dólares! Essa lógica da indústria nunca me pareceu muito inteligente.

O mesmo sobre pornografia na internet. Como é que tem gente que coloca o cartão de crédito nesses sites pagos, quando a sacanagem corre livre e sem custo em vários outros endereços eletrônicos? E o pior, sabendo que esse tipo de site é um arsenal de spywares e adwares! E "mais pior" ainda, assinar é fácil, basta fornecer o número do cartão. Sair é mais difícil, quase uma tarefa hercúlea. E enquanto você não sai, o seu credenciamento é renovado a intervalos regulares, sangrando sua conta e sua paciência.

A indústria fonográfica, que agora não tem mais fonograma físico, mas sim virtual, vai à imprensa e comemora downloads recordes de músicas. Querem que a gente acredite que está dando certo. Ouvindo o podcast da revista Wire, soube diferente. Na verdade eles estão desesperados. Invejam a indústria cinematográfica que enfrenta a mesma pressão dos piratas, mas consegue lucros cada vez maiores. Eles não sacam que as pessoas têm um senso do valor-agregado daquilo que compram. Pagar 20 reais para ver um filme, tá valendo (caro, mas vale). Pagar 35 reais por um DVD legítimo? Porque não, é uma embalagem bonitinha, fica legal na prateleira. Pagar 25 reais por um CD? To fora!

Nessa era de iPods e semelhantes, a capinha deixou de fazer sentido. Então, não tem aquele risco de você ter uma coleção de CDs piratas em casa, fazendo sua estante parecer uma barraca de camelô da Feira do Paraguai. Deixe o espaço reservado para os seus DVDs, daí sim sua namorada vai ficar impressionada com aquele Up In Smoke, com todos os extras, e a trilogia original do Planeta dos Macacos. O povo sabe o que quer e onde vale a pena gastar o seu suado dinheiro. A percepção maior é que música é descartável, um prazer momentâneo. Pra que pagar um dólar por uma canção que já vou ter esquecido em uma semana?

Me pergunto: será que esses executivos nunca foram para aulas de administração? Acho que não, pois vem muita coisa pela frente: rádio na internet ainda está na ponta do iceberg, muita gente ainda não usa, mas quem descobre, até pensa em nunca mais comprar um disco. E quando der para acessar do rádio do carro? Adeus CD player! Outra, TV pela internet está dobrando a esquina. Logo, logo, estudiozinhos de garagens suburbanos vão estar competindo com a Globo. Tecnologia é tão legal, não sei porque esses caras não pensam um pouco sobre ela.

Com tudo isso, uma ressalva: nunca compro CDs piratas. Porquê? Por causa da indústria maléfica que existe por trás, que vai desde a exploração dos “mulas”, aqueles caras que vendem os CDs, carregados em uma caixa de papelão, enchendo nosso saco nos barzinhos da vida, até o financiamento de tráfego de armas, prostituição infantil e um monte de outras coisas ruins. Melhor: eu faço os meus e dou cópias de graça para meus amigos.

A TV digital vem aí, já foi definido o modelo. Será o japonês, seja lá o que isso queira significar. Mas, com ela, vamos poder surfar a internet pela TV. Já estão vendo as vendas de computadores caírem? Você vão poder ler o blog na sala de estar! Epa, informação a livre escolha do telespectador vai estar disponível na sala de estar, invadindo a principal área familiar da casa. Isso, se bem usada, vai ser a verdadeira revolução digital.