sexta-feira, dezembro 08, 2006

Fugazi - Turnover - (Live 1991)

Fuzazi, do Ian McKay, ex-Minor Threat, tocando em frente à Casa Branca. Frio da porra, mas é muito bom! Ainda haverá um dia quando o Philippe descobrirá o trabalho de guitarra do Fugazi.
MINOR THREAT - 12XU & SMALL MAN BIG MOUTH

Para ilustrar o post do hardcore de Washtington, encontrei essa pérola no You Tube: Minor Threat ao vivo, tocando 12XU (do Wire) e, minha favorita, Small Man Big Mouth. Isso que é público!

Estréia do Clipe Novo!

Quem entrar no http://mtv.terra.com.br/prog/estreias/index.shtml vai ter uma surpresa das boas. Já está agendada a estréia do clipe de O Que Se Faz na MTV – e a estréia está destacada na página com o seguinte texto: “Ícone da geração 80, a Plebe Rude mostra que ainda faz rock dos bons.”

É bom ser um ícone, mesmo sempre ter me considerado um iconoclasta, he he he. E é bom ainda fazer rock dos bons.

Esse clipe foi um parto. Começou quando a gente ainda estava gravando o disco e, numa noitada, esbarro no José Eduardo Belmonte, que estava finalizando o seu segundo longa-metragem, Concepção. Me falou que usou uma música da Plebe no filme, Seu Jogo, e estava tendo dificuldade da liberação da faixa na EMI, que queria receber uma grana preta. Tinha usado também uma música solo minha, Samba Inferno, e queria saber sobre a sua liberação. Combinei com ele o seguinte: a gente libera tudo de graça e ele faria o clipe de uma música do disco novo. José Eduardo topou.

Terminamos o CD e o diretor sumiu. Oras estava em São Paulo, oras em lugar nenhum. Foi um parto agendar a gravação em cima da torre de TV. Outro parto para ele entregar o clipe finalizado. Sabe, vida de diretor é estressante. Mas conseguimos e estará na sua telinha no dia 19 de dezembro, no MTVLab. Depois conto mais sobre o produto final.

quinta-feira, dezembro 07, 2006

HD/DC


Um dos discos que mais escutava no início da Plebe era a coletânea Flex Your Head, com bandas de punk hardcore de Washington DC. O selo era o Dischord, do então Minor Threat, hoje Fugazi, Ian McKay, uma das figuras pensantes mais importante do movimento. Já naquela época, quando o punk e o pós-punk começavam a se distanciar um do outro, a gente via no hardcore de Washington uma coisa diferente. Primeiro, eles eram abertos à experimentalismo. Tinham uma turma muito coesa, que lembrava muito a nossa de Brasília e, finalmente, eram muito ativos politicamente. O Clemente me confessou outro dia que, por coincidência, também ouvia muito esse disco.

Hoje, meu grande amigo e irmão do Philippe, o Alex, que mora em Washington, me mandou um link muito bacana, que recomendo para os que conseguem se virar em inglês. Trata-se do http://yellowarrow.net/capitolofpunk/index.html, que conta a história do punk hardcore de Washington. É muito legal e eu realmente recomendo para os que gostam de garimpar a história do rock, entender um pouco das origens da Plebe e descobrir coisas novas.

O mais bacana é a história dos protestos em frente à Embaixada da África do Sul. O punk de DC definitivamente não era rascista, pelo contrário, queriam o fim do aparteid. A forma como resolveram agir é muito legal, vale a pena. Outra coisa bacana foi o show em frente à Casa Branca. Que inveja, sempre quis tocar em frente ao Palácio da Alvorada!

Reparem, os punks não são aqueles clones do Sid Vicious ou moicanos. São normais, como éramos em Brasília. Dica que assino em baixo.

Traficante de Álcool em Congonhas.

Depois do show em Vitória da Conquista, no Festival de Inverno da Bahia, que aconteceu nesse ano, a gente nem voltou para o hotel. A ordem era de ir com as malas prontas, pois, do palco, seria subir no ônibus para ir direto para o aeroporto de Ilhéus. E foi assim que aconteceu. Fizemos o show, após uma apresentação recheada de hits do Nando Reis, descemos do palco, esperamos a equipe desmontar e guardar os equipamentos, subimos no ônibus e seguimos de madrugada, pela neblina e estrada esburacada até Ilhéus. De Ilhéus, a equipe voltaria direto ao Rio e, não sei por qual esperteza logística, os músicos iram até Congonhas, onde ficaria o Clemente, e, o restante, de lá à Brasília. Resumindo, uma maratona.

Claro que isso significa ficar sem dormir, virar a noite. É impossível dormir bem num ônibus viajando à noite de Vitória da Conquista até Ilhéus. Primeiro, pela preocupação do motorista apagar de sono, bater o veículo, sair da estrada. Segundo, pelos buracos que fazem a velocidade se modificar constantemente, sacolejando todos no interior do ônibus. No avião, até que dá para tirar uma soneca, mas tem sempre uma aeromoça, passageiro ou voz do comandante para atrapalhar.

Resumindo, chegamos exaustos em Congonhas e eu tive uma idéia: “a gente merece um refresco, um prêmio pela maratona, vamos entrar no salão de embarque que sei que tem um lugar que vende Guiness lá dentro.” Philippe e Txotxa concordam. A gente passa pelo raio-x, pega nossas tralhas e saímos à procura do carrinho com a marca preta e branca da Guiness. Nada, nem sinal da cerveja irlandesa.

Vendo nossas caras de perdidos, uma moça, atrás de um balcão de vidro lotado de uísques e vodcas, chama a gente. “Estão procurando a Guiness?” Confirmamos. “Ela fechou, mas tenho uma outra sugestão para não deixar vocês na mão. Olha, tem essa garrafinha de Johnny Walker Red que tá baratinha. Vocês fazem uma vaquinha e podem ir tomá-la lá naquele canto, que tal?” O canto, apontado por ela, ficava atrás de uma coluna, tipo lugarzinho escondido para bebum encher a cara.

Ficamos uns segundos sem responder. Será que a gente ouviu direito? Ela está sugerindo que a gente compre e vire assim, no seco, sem gelo, uma garrafa inteira de uísque? E ela já estava com a garrafa na mão, fora da caixa, estourando o lacre. O Txotxa foi o primeiro a reagir: to fora! E a gente segue ele, fugindo dos gritos da louca: “se quiserem tem vodca também!”

quarta-feira, dezembro 06, 2006

Pelas Curvas de Santos em '87.

Perdemos o vôo do Rio para São Paulo. Estávamos vindo de João Pessoa e o próximo show era Santos, uma de nossas praças favoritas. Não foi culpa dos controladores, pois em 1987 eles ainda baixavam a cabeça e obedeciam cegamente a hierarquia militar imposta sobre a profissão. Foi por causa de uma incompatibilidade de horários do nosso vôo que ia nos deixar no Galeão e o próximo que iria sair para São Paulo.

Solução: sair correndo para o balcão das empresas e tentar marcar outro vôo. Todos lotados, o máximo que conseguimos foram três lugares. Mandamos o Gutje e o Gregório, o técnico de som, na frente, eles seriam os primeiros a reclamar mesmo e não poderíamos deixar a moral da equipe baixar, junto com o Philippe, o front-man da banda, que, qualquer coisa teria que subir no palco e tocar violão para os santistas.

Certo, agora éramos o Jander, eu, os roadies Chris e Freddie, e o empresário Pedro Ribeiro, junto com uma tonelada de equipamento. O que fazer? Táxi aéreo é muito caro. O contratante não quer nem saber, pagou pelas passagens de avião e não vai colocar mais nenhum centavo. Solução, alugar duas Kombi e seguir pela Rio-Santos, torcendo chegar a tempo.

Só não contávamos com a disposição dos motoristas em apostar corrida até Santos. Sabe aquela música do Roberto Carlos, Curvas da Estrada de Santos? Foi muito pior. Calor fudido, pneus rasgando em cada curva, a gente jogado de um lado para o outro dentro do veículo e o sol já no horizonte, indicando que tínhamos pouco tempo para chegar lá.

Lá pelas tantas, o vidro de trás de uma das Kombi sai voando. Tudo bem, ventila um pouco. O pior foi quando o enjôo começou. Daí era só torcer para manter a comida no estômago. Não adiantava nem ficar de olho no horizonte, pois já estava escuro lá fora.

Finalmente chegamos, quase meia-noite. O público ensandecido exige a Plebe no palco já. O Philippe não sabe o que fazer. Em tempo recorde, os roadies montam o palco, a gente sobe e faz um dos shows mais memoráveis da história de Plebe. Santos sempre trás boas lembranças para a Plebe.

No próximo dia, o contratante satisfeito e grato pelo sacrifício que fizemos, nos banca uma mega-refeição numa churrascaria de luxo e ainda nos leva para São Paulo ver os Ramones de camarote. Foi um fim-de-semana legal.

terça-feira, dezembro 05, 2006

Turistas, o Filme.

Foi lançado, nos EUA, e logo em telas verde-e-amarelas, um filme que vem gerando uma onda de protestos por parte de defensores da imagem do Brasil lá fora. Trata-se do longa Turistas – assim mesmo em português – que, dizem os críticos, retrata o Brasil como sendo um país das drogas, violência e sexo. A história é centrada em seis turistas americanos que vêm ao país, são drogados e torturados por uma gangue especializada em roubo de órgãos.

Ué, e o retrato está errado? Não é o próprio governo que vem vendendo no exterior a imagem da pinga, da cachaça, da caipirinha? Drogas não correm soltas em qualquer noitada, seja de playboy, seja de morro? Não exportamos a nossa mulata, vendemos sua bunda? Não somos campeões de mortes por policiais, de jovens e em prisões? Sexo, drogas e violência? Acertaram em cheio!, de que reclamam esses defensores de nossa imagem?

Agora, por mais criativa que Hollywood tente ser, nunca vai conseguir retratar o Brasil como ele realmente é. E ele é bem pior do que eles imaginam. Se quiserem mesmo, podem se basear em fatos reais, que dariam filmes com roteiros bem melhores dos que os inventados pelos seus escritores. Sacam só algumas sinopses, baseadas em fatos reais, sem inventar nada:
· Seis turistas brasileiros chegam em Recife e são apanhados no aeroporto pelo seu guia, que os leva para a Praia do Futuro, onde são embriagados, apanham até ficar inconscientes e são enterrados vivos debaixo de uma placa de cimento. (Aconteceu em abril/2004).
· Turistas ingleses chegam no Aeroporto Internacional do Rio, entram num ônibus e seguem pelo aterro do Flamengo. Nem uma hora em solo tupiniquim, o veículo é abordado por três sujeitos, que fazem uma limpa nos gringos, chegando a distribuir coronhadas entre os coitados. (Aconteceu em novembro/2006).
· Um dos maiores velejadores do mundo está navegando pelos rios do Amapá, numa expedição pela Amazonas, quando seu barco é abordado por piratas que o matam cruelmente e levam, somente, seu relógio e um motorzinho de popa. (Aconteceu em dezembro/2001).
· Família do interior de São Paulo vai conhecer o Corcovado. Passeando pela Estrada das Paineiras, são abordados por marginais que tentam seqüestrar a filha. Tentando evitar a violência, o pai é assassinado com dois tiros. Os bandidos fogem. (Aconteceu em julho/2006).

Eu poderia escrever páginas e páginas sobre eventos reais que serveriam de inspiração para Hollywood fazer outros filmes sobre o Brasil. Sem essa de manchar a nossa imagem, estragar a nossa reputação. Quem faz a imagem e a reputação somos nós! O governo liderando e o povo marcando em cima. Educação, saúde, segurança e esperança no futuro. Tudo isso nos falta.

Que venham outros Simpsons, Turistas e South Parks tirarem onda com a gente! Talvez sirva para acordarmos e tomarmos conta da situação. Ou será que o brasileiro só vai acordar quando, parafraseando um leitor anônimo do blog, o Pan se verificar um fracasso, a Copa for para a Argentina, – agora eu acrescento – o Carnaval for cancelado, a seleção não ganhar mais nada e o verão virar inverno permanente?

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Fotos Fnac e Sesc







Agradecimentos ao Henrique e ao Fernando.

Paraná nas Libertadores!

Torço para o Atlético Paranaense, o Furacão, mas sou um pouco bairrista. Quero os times do Paraná em destaque, para comprovar a minha teoria de que nosso futebol é bem melhor do que o carioca. Tudo bem que o Coritiba me decepcionou - o que esperava do Coxa? - permanecendo na segundona. Mas o Paraná mostrou garra e é o representante paranaense nas Libertadores. Rumo ao Japão, Paraná!