terça-feira, setembro 18, 2007

Quem Viu o Plim-plim?


Quem viu o Philippe no especial Renato Russo televisionado pela Globo, na última sexta-feira? Confesso que nem em casa estava, mas sim no Monumental curtindo um choppe por ocasião do aniversário do Chico Bóia.

Ainda me impressiona o impacto que o Renato tem sobre o público brasileiro. Talvez por ter conhecido ele antes de ser o Russo, tenha uma visão diferente – o que não significa de forma nenhuma negativa – da pessoa que era. Grande amigo, influenciador, humor muito particular, metódico, saudavelmente ambicioso, profundo conhecedor de músicas, filmes e livros.

Quando ouço as pessoas falarem dele, parece que estão se referindo a outra pessoa. Descendo no elevador do prédio, na sexta de manhã, o casal do quarto andar entra cantando em uníssono Será e antecipando: “é hoje à noite, é hoje!” No sábado, outra vizinha: “me lembrei de você na sexta!”. Tomara que a Globo tenha feito seu dever de casa, pesquisado e transmitido um bom programa.

E um sniff para Pedro de Lara, o eterno júri do Silvio Santos, o pai do Lemmy e grande niteroiense!

“I’ll take my work underground to prevent it falling in the wrong hands.” - William S. Burroughs, Naked Lunch

25 comentários:

Ly disse...

O programa foi lindo...me deu saudades da legião, no dia seguinte tive que ouvir meus cds...

Anônimo disse...

O programa foi horroroso, uma chatice só.

Assim como o filme do Cazuza, o documentário mostrou o lado B(om), cadê o lado D(doido)?

Quero ver o dia que J.Gordo e Lobão morrerem e a grobo fazer um especial para eles, vai até colocar asa de anjinho neles.

Muito brega!!!!

André Mueller disse...

Sim, e quanto à participação do Philippe?

André Mueller disse...

Com gravadora por trás, até J. Gordo vira anjo, ha ha ha ha....

Aline disse...

Gostei dos comentários do Philippe e mas ficou claro que apesar da rede bobo não compactuar com as libertárias da Plebe, não dá para contar a história da Legião sem a participação do Philippe. Contra fatos não houveram argumentos, o que não podemos dizer o mesmo do Renan....

Anônimo disse...

Estava em mais uma festinha de criança da escola de filho e quando cheguei em casa peguei já no final, mas a tempo de ver ao menos uma fala do Philippe, dizendo algum lugar-comum a respeito da fama em relação ao Renato Russo, que, coitado, depois de morto, virou isso, tema de conversa de vizinho, ficando muito parecido com artistas de sertanejo, axé e pagode.

Anônimo disse...

Sempre acho o Phillip timído em frente as câmaras.

Ele falou legal, mencionou muito a fase Renato Manfredini (e não Russo).

Anônimo disse...

Eu achei legal a participação do Philippe melhor fala dele foi:"...bem eles fizeram o som deles porquê eu nunca vi uma banda que nem o Aborto mais era bem tosco."
beijos....

Gustavo Pontas disse...

Eles sempre tem que transformar tudo em novelinha!... Mas já era de se esperar, né?
Eu acho horríveis aquelas simulações estilo "Linha Direta", aliás, qualquer tipo de simulações pra fatos como a vida do renato Russo são irrepresentáveis, e além do mais, acho que eles sempre dão muito enfoque em coisas que não tem muita importância, mas deixa pra lá...como eu disse, não se podia esperar algo diferente.
Quanto a participação do Philipe, eu achei legal...é necessário que os caras que realmente participaram daquilo tudo prestem os depoimentos, pois do contrário, dariam espaço à opiniões de pessoas desconexas da vida e música do Renato?...(E na verdade, a parte boa do especial foi exatamente os depoimentos.)

Unknown disse...

Ainda é cedo??

Após o documentário cidadão Kayne que denuncia a manipulaçâo da Rede Globo, e mostra ao mundo um Brasil que muitos desconhecem. A Rede Globo enfim resolveu liberar um documentário com a banda Legiâo Urbana,( esperamos quase 20 anos). Uma das bandas nacionais mais expressivas da história do rock brasileiro mofou na gaveta, dando espaço para os "especias" do tipo xou da Xuxa.




Antes deles, lembro-me que as rádios FM enchiam nossos ouvidos de musicas comerciais, idiotices afins, eram as sopas de letrinhas e blá, blás de encher liguiça e bolsos de empresários da música. Em algumas festas, já se ouviam tocar o som de bandas como camisa de Venus e os paralamas do sucesso.


Acessem: http://ricardosantoscontraponto.blogspot.com/


Além dessas banda, chegavam rumores da revoluçâo sonora que balançavam a cabeça da galera do planalto central e Sampa. Para mim era algo emocionante saber que enquanto rolava bandas como sex pistols na Inglaterra, os brasileiros mandavam ver na originalidade de suas musicas, protestos de verdade, sem modismos; aquela “onda” para classificar um movimento, que teve sua base na luta dos trabalhadores por seus direitos.




Tudo a ver, essas letras que abriam a mente da rapaziada, público freqüente das aulas nos cursinhos, batalhando para entrar nas universidades. Lembro bem o dia que comecei ouvir o som de peso dos brazucas, algumas delas: Plebe Rude, Legião Urbana, IRA, Capital Inicial, Garotos Podres, Detrito Federal, Replicantes, Inocentes...etc. Tenho saudade desses tempos!!!

Anônimo disse...

Faltou falar o essencial: o melhor desse programa foi a apresentadora, Fernanda Lima, ou melhor, Fernanda Linda.

Gustavo Pontas disse...

Eu tenho a impressão de que eles querem transformar tudo em jargões.
Eu não sei se isso existiu realmente com o Renato, mas no programa eles colocaram o ator pra repetir umas três ou quatro vezes uma frase, tipo um jargão mesmo, da qual inclusive eu não me lembro exatamente qual era, mas dizia algo como: "Eu faço da minha vida o que eu quero!"
Sei não, viu?

Ellen Petersen disse...

Um programa sem sal e sem açúcar. Como Gustavo falou, parecia uma edição extraordinária do linha direta. Quanto ao depoimento do Philippe, achei que estava muito vago, falando de um Renato que todo mundo sabe que não era bem assim (talvez tenham editado tanto, que colocaram só os elogios - bem típico da emissora).
Fiquei na maior espectativa de ver um programão e me dei mal.

Odiei a versão enlatada do Renato Russo. Péssimo.

Daniel Farinha disse...

Algumas participações indispensáveis ficaram de fora: Heberth Viana, Renato Rocha.

Algumas participaçõe dispensáveis: Dinho, irmã do Renato.

A participação do Philippe foi bacana, mas não dá pra saber se foi editada ou não.

As atuações realmente parecem simualação do Linha Direta, entretanto, encontraram o filho perdido do Dado. O ator que fez o dado dos anos 80 fez todos os trejeitos do Dado no palco perfeitamente.

Anônimo disse...

Quem não viu agora pode ver pela internet:

http://hiperdowns.blogspot.com/2007/09/especial-renato-russo-por-toda-minha.html

E lá vai o textão (*ainda não recebi o original do meu simulado):

Sabe-se desde os primórdios da existência do preconceito em suas diversas formas no Brasil, e que ele originou-se a partir do expansionismo territorial e ideológico europeus, agravando-se do preconceito de negros ao de idosos durante os séculos. Mas mediante as primeiras conseqüências que ele trás à maioria das pessoas esquece de que um enorme agravante da situação do Brasil.
Constata-se que a desigualdade entre as cores da pele proporciona o desequilíbrio escolar, futuramente moldando a população rica e a pobre, mas também é notável o fato de que um simples desentendimento entre duas classes econômicas, causadas pelo preconceito, permite emergirem políticos populistas, os quais a maioria é branca. Este exemplo explica claramente o funcionamento da falha democrática brasileira: a elite difama e rebaixa a maioria menos favorável e logo depois busca em seu “inimigo imaginário” sua fonte de riqueza e prosperidade, disfarçando o preconceito de antes com o que mais convém aos pobres, desde subsídios a novelas.

Desta maneira os ricos arrecadam mais dinheiro da população de uma maneira extremamente sutil e pouco perceptível, impossibilitando que se elejam representantes que exerçam os verdadeiros interesses do Brasil.

Um simples problema que é criado sem motivos plausíveis acarreta nos maiores problemas que o ser humano vive. Portanto, bastaria a conscientização e o desenvolvimento de atividades mais produtivas para iniciar a erradicação do preconceito. A solução é tão simples quanto o próprio obstáculo a ser superado.

Anônimo disse...

Minha humilde opinião:

A Globo sempre viveu em conjunção carnal com a industria fonografica. Claro que querem colocar a lente cor de rosa do jabá comercial, para breguetizar bastante, pois querem vender ao maximo no mercado "dona de casa".

Contudo, a Globo nunca tocou e nunca vai tocar no assunto sobre o lado contestador, critico e até meio "subversivo" das poesias do Renato.

A idéia da Globo é imbecilizar o espirito de protesto e transformar tudo em Frankstein bonitinho para vender no mercado brega. São capazes de transformar musica de Renato Russo em anuncio da Coca Cola.

Aquelas letras que demonstravam a desilusão, a revolta e a dor de viver num pais atrasado e hipocrita, isso tudo pode acabar entrando no Xou da Xuxa e até virar anuncio de sabão em pó.

Tambem, para a Globo Brasilia é uma maravilha moderna de Niemeyer e JK. Nunca vai falar que essa cidade na verdade era uma bosta. Nunca vão dizer que era uma cidade horrivel, uma roça provinciana no fim do mundo, uma cidade esquisita e toda encardida de barro.

Duvido que nesse "Galinha Direta" do Renato falaram que Brasilia levava as pessoas ao suicidio, sendo que o proprio Renato certa vez tentou cortar os pulsos.

Enfim, não se trata de transformar o Renato em anjo ou capeta. Não interessa a vida pessoal do cara. Ele foi um bom poeta e deve mesmo ter o trabalho reconhecido de uma maneira mais séria.

O problema aqui é a breguetização, o enlatamento e a comercialização que a Globo sempre faz com suas novelas e seus programas cafonas, coisa que distorce a historia e detona qualquer tipo de arte.

Gustavo Pontas disse...

Ainda bem que não fizeram um filme, né?...

...ai, ai, ai, ainda é cedo...
é melhor eu calar minha boca.

Gustavo Pontas disse...

Falaram sobre o Renato Rocha aí a cima...por acaso, alguém sabe do paradeiro desse cara?

Anônimo disse...

Pra quê descer o pau? Falaram sim da tentativa de suicídio de Renato.

Melhor a Globo relembrar Renato Russoe Legião Urbana do que fazer um especial sobre a vida de Chitãozinho e Xoxoró.

GEnte do céu. O que esperar de uma leitura da Globo?

Achei que pontuou bem a história, pôs os amigos pra falar.

Podia ser melhor? Sim. Mas foi ótimo do jeito que foi. Tá bom, tá beleza...

Gustavo Pontas disse...

Pois é,
Como eu disse...
-A parte boa do programa foi exatamente os depoimentos (participação dos amigos).
E quanto a acharem que é melhor ver na globo um especial da Legião do que de outros artistas, eu digo, em partes, pois se for pra fazerem novela, eu prefiro que façam com os ídolos inventados por eles mesmos.
Mas como já foi afirmado, não se podia esperar "Outra Coisa" na Globo, né?

Anônimo disse...

Se deixar, daqui a pouco vão fazer o boneco do RR, para fazer conjunto com os seguintes amiguinhos: Barbie, Falcon, Frei Galvão, Senninha e astronauta brasileiro. Vai até passar desenho no xou da Xuxa.

Então, será que as pessoas entendem mesmo a mensagem que o Renato queria passar? Ou será que eles deturpam tudo para transformar em musica da torcida organizada do Pan, em hit sucesso para empregadas domésticas e, quem sabe, até anuncio de Coca cola?

Dizem que o Santos Dumont passou por algo parecido. Inventou o avião para o bem da humanidade, nem patenteou porra nenhuma. Contudo, logo pegaram a invenção dele para fazer merda. Começaram a usar avião para destruir e matar. Então, SD acabou ficando maluco e deprimido, parece que até se matou.

É aquilo que o André X citou no artigo, as sabias palavras de William S. Burroughs: "Levarei meu trabalho para o undergroud para evitar que isso caia em mãos erradas"

Anônimo disse...

PS:

André,

O termo "underground", que o Borroughs diz, seria uma referencia de "inferno", "subterraneo", "sepultura" ou "subcultura"?

Anônimo disse...

Engraçado que esse pessoal tem tesão em falar mal de tudo que é da Globo e de tudo que é comercial, como ficou a Legião Urbana, acham glamuroso o underground, o anonimato.
A legião Urbana teve um alcance que nenhuma outra banda de rock teve e isso quer dizer qualidade, não apenas que era uma banda"comercial". Uma vez fui para a Baixada(sou do Rio) e no caminho contei uns 3 bares tocando legião, inclusive na Central,e um dia antes um boteco no Centro tocando um disco todo da Legião em pleno feriado, e isso é demais, rock chegando para o povão e não só forró, pagode e axé...

Anônimo disse...

Há alguns anos Renato Rocha morava em Barra de Guaratiba , praia meio isolada na Zona Oeste do Rio . Gostei de uma entrevista que ele deu a extinta revista ZERO que trazia na capa : A Legião ia ser o U 2 mas a mulher do DADO não deixou .

Anônimo disse...

Po, vou fazer um comentário atrasado aqui porque, depois de ler o que escreveram, percebi que tenho uma idéia bem diferente. Eu chorei pelo menos três vezes durante o programa, talvez por ter visto minha adolescência representada pela musicas da legião passando alí na minha frente. E também achei que o especial foi bem fiel ao que se propos: mostrar a trajetória do mito e seu lado humano. Não falaram só bem do Renato, mostraram suas fraquezas, seu problema com bebidas, sua arrogância notória. Mas também mostraram o gênio obstinado e decidido que ele era. Sobre o depoimento do Phelipe, po André, tu conhece o cara... ele mandou muito bem, foi muito sincero, e também editaram direitinho... tá falado, um abração pra galera.