quarta-feira, maio 28, 2008

Liquid Liquid

O punk veio e quebrou todas as regras, deixando o terreno livre para misturar, experimentar e, principalmente, rejeitar Chuck Berry. Eis que nasce o pós-punk, que teve em 1978 – 1984 sua fase mais fértil. Nem tudo era bom, mas tudo tinha um ar de novidade, de que o rock estava definitivamente saindo da camisa de força artística e descobrindo novos terrenos.

Uma das bandas desse período que mais tenho ouvido recentemente é o Liquid Liquid, de Nova York. Faziam parte do que hoje é rotulado punk-funk ou, outro rótulo, disco-not-disco. A banda não tinha guitarra, mas sim um cara tocando marimbas (!?!?!), coisa muito inusitada. Tudo bem, de vez em quando, o baixista pegava na guitarra e, eventualmente no piano. Na época não recebeu muita atenção, compreensível, pois eram muitas bandas, muitas coisas acontecendo, que não cabiam todos debaixo do holofote. No entanto, hoje são aclamados pela crítica como uma das maiores influências no novo rock. Tanto é que o Dennis Young que toca marimbas é convidado especial no disco do Padded Cell.

Apesar de obscuro, todos conhecem uma linha de baixo do Liquid Liquid sampleada pelo Grandmaster Flash para a música que virou um mega-hit chamada White Lines (sobre cocaína). O interessante é que o LL nunca recebeu um centavo por isso! Quer dizer, não é sample, é roubo mesmo! Comparem os vídeos.





Acabou de sair lá for a uma coletânea da banda que vale muito a pena. Isso porque o Liquid Liquid nunca lançou um disco de verdade, mas sim vários EPs. O CD reúne todos num formato só. Se chama Slip In and Out of the Phenomenon e foi lançado pela Domino.

Confirmados shows em SP!

Junho tem Plebe Rude em São Paulo. No sábado, estaremos no Kazebre dividindo o palco com o 365, companheiros nessa batalha desde os primórdios. No dia antes, 13 de junho, sexta, estaremos no CB. Notícia saíndo do forno.

terça-feira, maio 27, 2008

Outro gole e pé na estrada!

Durante as festas de fim de ano de 2007 para 2008, o Brasil ficou chocado com o número de mortes nas estradas. Pior, foi identificado que o principal causador dos acidentes foram motoristas bêbados. Em seguida, foi promulgada uma Medida Provisória impedindo a venda de bebidas alcoólicas nos estabelecimentos a beira das rodovias. Não era a solução perfeita, mas enquanto não temos maturidade para uma fiscalização bem feita, nem uma legislação que puna com gravidade o motorista bêbado, poderia impedir um monte de mortes.

Claro que o lobby da indústria bebedeira, dos hotéis e dos bares e restaurantes entraram em campo e conseguiram, nessa terça, derrubar a lei. Ou seja, querem encher a cara e atropelar um monte de gente, tendo como pena máxima o pagamento de algum serviço comunitário ridículo, o Senado acabou de liberar!

Tudo bem que a medida tinha um monte de pontos fracos, poderia até prejudicar alguns comerciantes, mas era um início. Aqui em Brasília é notável o número de motorista alcoolizados que dirigem pela noite. Uma vez fiquei chocado com o comentário que ouvi de um cara que, antes de iniciar uma viagem, dizia que enchia a cara para economizar dinheiro – nas rodovias a cerveja e a pinga custam mais caro. Punição rigorosa seria uma solução, mas isso é balela no Brasil.

O álcool é a droga mais perigosa, que mais causa mortes, que mais destrói famílias que existe. E é legal! Enquanto outras são perseguidas pelos falsos moralistas que compõe a nossa sociedade. Veja só o que acontece quando tentam brecar os ganhos da indústria bebedeira. Que Mad Max nada, vou ficar vendo os brasileiros se matarem nas estradas!